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CHEGA DE MÁGOA
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- (Criação coletiva)
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Nós não vamos nos dispersar
Juntos é tão bom saber
Que passado o tormento
Será nosso esse chão
Água, dona da vida
Ouve essa prece tão comovida
Chega
Brinca na fonte
Desce do monte
Vem como amiga
Te quero água de beber, um copo dágua
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero orvalho toda manhã
Terra, olha essa terra
Raça valente, gente sofrida
Chama,
Tem que ter feira,
Tem que ter festa,
Vamos pra vida
Te quero terra pra plantar,
Te quero verde
Te quero casa pra morar,
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã
Chega de mágoa,
Chega de tanto penar
Canto, o nosso canto,
Joga no vento
Uma semente, gente
Olha essa gente
Te quero água de beber
Um copo d¿água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã
Canto e o nosso canto
Joga no tempo uma semente
Gente
Quero te ver crescer bonita
Olha essa gente
Quero te ver crescer feliz
Olha essa gente
Olha essa terra, olha essa gente
Olha essa gente
Gente pra ser feliz, feliz
Te quero água de beber
Um copo d¿água
Marola mansa da maré
Mulher amada
Te quero terra pra plantar
Te quero verde
Te quero casa pra morar
Te quero rede
Depois da chuva o sol da manhã
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SECA D'AGUA
- (Criação coletiva)
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É triste para o Nordeste
o que a natureza fez
Mandou cinco anos de seca e uma chuva em
cada mês
E agora em 85 mandou tudo de uma vez
A sorte do nordestino é mesmo de fazer
dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d’água é pior
Quando chove brandamente depressa nasce
um capim
Dá milho, arroz e feijão, mandioca e
amendoim
Mas com em 85 até o sapo achou ruim
Maranhão e Piauí estão sofrendo por lá
Mas o maior sofrimento é nessas bandas
de cá
Pernambuco, Rio Grande, Paraíba e Ceará
A sorte do nordestino é mesmo de fazer
dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d’água é pior
O Jaguaribe inundou a cidade de Iguatu
E Sobral foi alagada pelo Rio Acaraú
O mesmo estrago fizeram Salgado e
Banabuiu
Ceará martirizado, eu tenho pena de ti
Limoeiro, Itaíçaba, Quixeré e Aracati
Faz pena ver o lamento dos flagelados
dali
Seus doutores governantes da nossa
grande nação
O flagelo das enchentes é de cortar
coração
Muitas famílias vivendo sem lar, sem
roupa, sem pão
A sorte do nordestino é mesmo de fazer
dó
Seca sem chuva é ruim
Mas seca d’água é pior.
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